A propósito das cidades imaginárias, das construções matemáticas de Ítalo Calvino, da orgânica política de base centralista de Thomas Moore expressa no universo imaginário da “Utopia”, na cidade ideal de Le Corbusier, na Brasília de Oscar Niemeyer, no desenho urbano de Cerdà e em todos os outros modelos que, pelo menos do ponto de vista teórico, nos permitem interpretar a cidade para além do cruzamento; em que momento ficou o nosso entendimento sobre a antropologia urbana?
Em que espaço/tempo conceptual transformamos “o outro” no “próximo”?
As pesquisas de campo no âmbito da etnografia combinadas com conceitos teóricos continuam a produzir paletes de provetas com consequências desastrosas para o espaço urbano. Ainda não se promoveram novos vínculos à Sociologia Urbana e à herança da Escola de Chicago. Ainda não se transformou esta disciplina num instrumento essencial de análise e reflexão sobre a urbanidade.
Afinal, o que se distingue pela arquitectura? Não é a humanização?